Em um cruzeiro, nos mares do nosso litoral, viajava o coronel Tonico. Homem poderoso, dono de uma fazenda modelo com milhares de cabeças de gado, várias éguas de raça e um cavalo árabe reprodutor. Ele gerenciava a fazenda através de administradores formados e era atualizado diariamente através da Internet. Vivia contando vantagens e se gabando de sua riqueza ilícita. Era preconceituoso e odiava pobre. Por conta disso, sua sogra, muito rica, era seu maior desafeto, e jurou não dar um tostão para o genro. E para decepcioná-lo, preparou o testamento doando tudo que tinha aos pobres. O coronel jurou vingança.
- Antes da ‘jararaca’ morrer, eu resgato todo o meu dinheiro – disse.
Viajava também o seu Tinoco, sujeito simples, modesto, dono de um pequeno sítio sob a responsabilidade de um vaqueiro equilibrado, caipira, cuja honestidade dispensava qualquer comentário. Então, iniciaram uma discussão para saber o que valia mais: a fidelidade cega ou o equilíbrio.
E o coronel não perdeu tempo, iniciando a sua gabação: - Eu gosto que me obedeçam sem questionar. Sou rico e poderoso, e ainda por cima tive sorte de Ter uma sogra cheia da grana. Posso perder tudo, que ainda tenho uma fortuna da velha para gastar.
- Que é isso, comprade, ouça a instrução: “Mais vale o pouco suado do que o muito amaldiçoado”. E pra tudo tem que ter equilíbrio. Olha que um dia alguém pode invadir suas terra e você se dar mal. E não se fie do que é dos outros.
- Que nada, comprade! Eu já me precavi desse mal. Estou com a velha aqui na palma da mão. Ela não morre antes de me passar tudo que tem. Além do mais, tenho um capataz que guarda minha linda mansão e minha propriedade. Ele obedece à risca às minhas ordens. Quem se aproximar das minhas terras, leva chumbo, principalmente pobre.
- Olha o equilíbrio, comprade, não seja preconceituoso...
- Até que tocou o telefone. O coronel atendeu. Era seu capataz de confiança:
- Alô, chefe! Aqui é o Tonhão. Sabe seu papagaio?
- Sim, o que tem meu mimo?
- Ele morreu...
- Como?
- Comeu carne estragada.
- Você deu carme estragada pra ele?
- Não. Era do cavalo do Senhor.
- Do meu cavalo árabe reprodutor?
- Sim. Ele morreu faz três dias.
- Morreu do quê?
- Ele, as éguas, e todo o gado morreram asfixiados com a fumaça.
- Fumaça? Que fumaça?
- Da sua casa, que pegou fogo!
- Meu Deus! Quanta desgraça! A minha linda casa?! Como aconteceu?
- Vela na cortina.
- E o que essa vela estava fazendo acesa? E o meu gerador importado?
- Foi do velório da sua sogra.
- Não!!! Minha sogra morreu? De quê?
- Eu pensei que fosse um ladrão ou um pobre e obedeci a sua ordem...


MORAL DA HISTÓRIA: EQUILIBRIO, HONESTIDADE E HUMILDADE SÃO OS GRÃOS CERTOS PARA QUEM QUER PLANTAR E COLHER BEM.

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